Uma amiga perguntava-me ontem ao telefone que paisagem estava a ver naquele momento. Aqui está, para ela.
Estrada do Úcua, Foto de: Vi
Úcua, 11 de Setembro de 2010
Nome gentilmente cedido por amigos a este espaço de partilha aqui do Hemisfério Sul!
sábado, 30 de outubro de 2010
Há vida no rio
É sábado de manhã, bem cedo, e o rio está cheio de vida: há música, panos estendidos, muita gente, reboliço.
No rio, as pessoas tomam banho (homens de um lado e mulheres de outro), lavam a roupa, a loiça, tudo...
As crianças nadam, mergulham, brincam, andam à pesca. Puxam uma rede e nela separam dos bocados de lixo ou loiça partida, camarões muito pequenos. A rede da pesca, venho a descobrir, é um mosquiteiro. Daqueles impregnados, distribuídos pelos grupos que actuam na prevenção contra a malária. Alguém me diz que as redes mosquiteiras servem também para véus de casamento, cortinados e afins.
Caxito, Foto de: Vi
Vamos lá abaixo ao rio. Não levo a máquina fotográfica. Não vou invadir o espaço de higiene pessoal com uma objectiva, chegam os meus olhos de mirone.
“Olá amiga”, “bom dia chefe” ou “bom dia doutora”, são os cumprimentos sempre sorridentes que destoam de um ou outro olhar mais distante.
“Como se vai para a ilha, a água dá por onde”? E a seguir à nossa pergunta logo chamam uns garotos para nos levarem de canoa. Os miúdos, contentes, despejam a água da canoa com pratos de alumínio e apressam-se a vir-nos buscar. E passado uns minutos lá estamos na “ilha”, rodeados de criançada. Quando voltamos à margem despedem-se “com a graça de Deus” e sorriem da forma trapalhona como saímos da canoa.
Caxito, Foto de: Vi
4 de Setembro de 2010
Rio Dande
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Primeira viagem Luanda - Caxito
Cansaço, calor, tensão. Os musseques são impressionantes e deixam-me de olhar triste. Tanta vida, energia e cor com os poros tapados pelas poeira barrenta dos musseques.
2 de Setembro de 2010
Viagem Luanda-Caxito
Primeiras impressões
Chego eu, ao país onde nasci, transportando a minha vida em 38 míseros kgs. Trago na mala uma curiosidade encantada. O aeroporto está cheio de gente, o dia está cinzento e a cidade poeirenta. De Luanda só reconheço as histórias recentes que insistentemente quiseram contar-me antes de viajar: muita confusão, trânsito caótico e calor, muito calor! As imagens saudosistas dos livros com fotografias dos anos 60, as palmeiras na marginal, a representação idílica da cidade azul ficam longe das primeiras impressões.
Não consigo perceber se o primeiro impacto foi bom ou mau. Como acredito que as expectativas geram parte das primeiras impressões, creio que quis que não fosse mau. Reservei a Luanda o direito a uma segunda opinião, a formar quando voltar de visita, sem o cansaço da viagem de 7 horas no lugar do meio da última fila de um avião cheio.
A cidade fervilha. Prédios novos e velhos erguem-se no céu numa confusão tal que dificulta atender ao pormenor. Cruzo a Escola Juventude em Luta, que conhecia dos livros de Ondaki, e sorriu. Passo por muitos varredores que varrem a poeira da estrada num aprumo tal que contrasta com o lixo que se acumula em valas ao longo da cidade. No caminho ruidoso passo pela Sagrada Família e por vendedores, muitos vendedores de ruaP.
Sagrada Família, Luanda. Foto de: Vi (com a data errada)
Os vendedores de rua correm perigosamente entre os carros a vender sumos, águas, pastilhas e as coisas mais inusitadas: espelhos de casa de banho, escadotes, arroz, tachos, fita cola, iogurtes, sacos de pão. A maioria transporta a mercadoria na cabeça e vendem de tudo um pouco. É como se as pessoas vivessem dentro dos carros numa cidade em que alguém vai às compras por nós. Chama-se "zunga", soube no mesmo dia.
Zunga, Angola. Foto de: http://globalvoicesonline.org/
2 de Setembro de 2010
Chegada a Luanda
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